sábado, 28 de novembro de 2015

JARDIM DO SERIDÓ

Médico psiquiatra Será Homenageado em Jardim do Seridó

MÉDICO EPITÁCIO ANDRADE

LOGOMARCA DA CÂMARA DE JARDIM DO SERIDÓ



                               No dia 04 de dezembro de 2015, o médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho em sessão solene da Câmara de Vereadores de Jardim do Seridó será agraciado com a Comenda Antônio de Azevedo Maia, considerado o fundador dessa cidade da região Seridó Oriental do Rio Grande do Norte. No final do século XXVII, o fundador adquiriu uma Fazenda nas margens do Rio Seridó onde construiu uma capela que veio a se transformar na freguesia de Nossa Senhora da Conceição, originando a cidade. A honraria será concedida ao médico em reconhecimento ao seu trabalho como oficial de saúde da Polícia Militar do Rio Grande do Norte que manteve sob seus cuidados profissionais durante 15 (quinze) anos os policiais militares e seus familiares da região seridoense. Em 2003, o médico criou no município o serviço de saúde mental. 
IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

MAJOR MÉDICO REFORMADO EPITÁCIO ANDRADE


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cloretina

                                    No Carnaval da Caeira de 1910


Propaganda de lançaperfume 1910

                Com a severização da pena para consumo de café no Império Austro-húngaro, onde os infratores passaram a ser punidos com chibatadas campais cresceu em todo mundo a onda proibicionista das políticas sobre drogas psicoativas. Estava o casal Pedrinho e Carolina na companhia dos amigos: Mão-na-terra, mec H, um mecânico, especializado em veículos movidos a hidrogênio; e a amiga trans Carlete participando do carnaval da Vila da Caeira, quando o delegado Ulpiano (150-223) resolveu detê-los por posse de cloretina, mesmo diante da evidência que a cloretina em 1910 era legalmente produzida por uma empresa francesa e, livremente, propagandeada e vendida nas boticas caeirenses e croataenses.

Jurista Romano Ulpiano


         Também no carnaval de 1910, um amigo do casal conhecido como brigador foi fatalmente atropelado pelo trem, e foi sepultado no cemitério velho da Caeira.


Cemitério Velho

Estacão Ferroviária de Almino Afonso em ruínas 

            Coube ao genitor de Pedrinho negociar com o jurista romano Ulpiano uma fiança amistosa para permitir a liberação do casal e amigos...  A continuação dessa Geolovehistory está no livro Fui ao Croatá..., do escritor Epitácio de Andrade Filho, que tem a sua capa ilustrada por um desenho de Jany Tavares. 

Desenho de Jany Tavares 

  


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

dona Felícia

                                          Uma Mulher Comandou Cangaço contra Jesuíno


Dona Felícia Joaquina 

               
                   Em seu livro clássico Solos de Avena, o escritor catoleense Alicio Barreto narra que o jovem Zé Limão ao devolver uma junta de bois que havia sido emprestada ao major José Lobo dos Santos da Fazenda Dois Riachos, na zona rural dos municípios paraibanos de Belém de Brejo do Cruz e Catolé do Rocha, ao major Brilhante, pai do famigerado cangaceiro Jesuíno Brilhante (1844-79) no Sítio Tuiuiú, zona rural de Patu, no médio-oeste do Rio Grande do Norte, cometeu o infortúnio de cumprimentar o senhor major, sem a tradicional retirada do chapéu, situação que na sociedade escravocrata consistia num ato de grande desrespeito, ofensa que Jesuíno reparou com uma sova de chibatadas no escravo insolente.


Major Zé Lobo


Fazenda dois Riachos


                Esse episódio desagradou, profundamente, dona Felícia Joaquina lobo Maia, esposa do major Zé Lobo dos Santos Maia, casal proprietário do escravo Zé Limão, criado favorito de dona Felícia, entre os muitos da Fazenda Dois Riachos, aonde veio a se formar grande parte do bando de cangaceiros da Família Limão. Em 1871, com a morte do major Zé Lobo, Dona Felícia passa a comandar ao lado de seu filho ainda jovem Valdivino Lobo Maia, coronel da guarda nacional as ações de enfrentamento ao cangaço de Jesuíno Brilhante.  

Coronel Valdivino Lobo


                     O temor a Jesuíno no Sertão também estava ligado à crença de que o bandoleiro tinha o corpo fechado, ou seja, invulnerável à penetrabilidade de armas brancas e projéteis. Tal crença está ligada ao mito do catolicismo popular de que o sacerdote tem o poder de transformar a hóstia em corpo e o vinho em sangue. Foi nesse cenário mítico-religioso-fatalista que os algozes do Brilhante conferenciaram na fortaleza do coronel João Dantas de Oliveira, segundo Câmara Cascudo, afeito à magia, no sítio Patu de Fora, zona rural de Patu, a confecção de uma bala envenenada e a mobilização de uma tropa destacada na cidade de Imperatriz (Hoje Martins) que, sob o comando do sargento Preto Limão organizou a emboscada fatal que ceifou a vida do cangaceiro Jesuíno Brilhante, no serrote da Tropa, comunidade Santo Antônio, zona rural de São José de Brejo do Cruz, na Paraíba, em dezembro de 1879. 

                                                             
Fortaleza do Coronel João Dantas - 1981
Foto: Emanoel Amaral


                 No documentário O Lugar da Morte de Jesuíno Brilhante depois de uma encenação de uma cerimônia de fechamento de corpo conduzida pela benzedeira patuense dona Francisca de Mica, o cidadão Nonagenário Mário Valdemar Saraiva Leão, com 98 anos, narrou que Jesuíno procurava rastrear a tropa e era alertado por um de seus cabras de que quem caça cobra, caça a morte e, ao ser alvejado por uma descarga fatal, sussurrou: Valha-me Nossa senhora uma bala envenenada atravessou meu coração. 


Doc: O Lugar da Morte de Jesuino Brilhante 


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Chico Lobo


Chico Lobo - O Filho do Coronel


CHICO LOBO, COM 92 ANOS
 
                               Francisco Lobo Maia, seu Chico Lobo, nasceu em 1923, estando com 92 anos, é filho do coronel da guarda nacional Valdivino Lobo, falecido em 1924. O coronel Valdivino, proprietário da famosa Fazenda Dois Riachos, situada na zona rural dos municípios de Catolé do Rocha e Belém de Brejo do Cruz, ambos na Paraíba, é referenciado juntamente com o seu genitor o fazendeiro Zé Lobo, no raríssimo livro Solos de Avena. Publicado na primeira metade do século XX, pelo escritor paraibano Alício Barreto (1901-1965), como os principais aliados da família Limão, arqui-inimiga do famigerado cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante (1844-79).


CORONEL VALDIVINO LOBO

 
 

FAZENDA DOIS RIACHOS

 
 
                               Como o coronel Valdivino faleceu durante seu primeiro ano de vida a memória acerca do genitor e progenitor foi adquirida através de informações repassadas por sua mãe e outros ascendentes. No dia 05 de outubro de 2015, o cidadão nonagenário Chico Lobo concedeu entrevista ao médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio Andrade, no Restaurante Mangai, em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, sob os olhares atentos do constitucionalista Paulo Lopo Saraiva.
 
 


EPITÁCIO ANDRADE, CHICO LOBO E PAULO LOPO

 
 
                               Gozando de absoluta lucidez de consciência, seu Chico Lobo não teve dificuldades para relatar a inserção da Fazenda Dois Riachos e de seus atores sociais no cenário de importantes passagens históricas no fenômeno social do cangaço. Lembrou que era tema frequente nas rodas de conversa familiares, a visita do escritor catoleense Alicio Barreto à Fazenda Dois Riachos.


 


CAPA DE SOLOS DE AVENA



                               Em detalhes, narrou a invasão da fazenda pelo bando do cangaceiro Ulisses Liberato de Alencar, tema que será abordado noutro artigo, especialmente dedicado a tal episódio. Afirmou que o velho bacamarte chegou a compor o arsenal bélico da fazenda. Quando inquerido sobre a aliança do coronel Valdivino Lobo com a família Limão foi lacônico: Soube que papai era amigo dos Pretos.



BACAMARTE DE JESUÍNO BRILHANTE


                               A esse propósito, Pretos foi a alcunha como ficaram conhecidos os membros da família Limão, que estiveram em conflito com Jesuíno Brilhante e seu bando, durante uma década. Seu Chico lobo disse saber que Jesuíno Brilhante havia sido morto em lugar situado nas proximidades da Fazenda Santa Tereza. Tal lugar foi apontado pelo senhor Mário Valdemar Saraiva Leão, com 98 anos, como sendo o Serrote da Tropa, situado na comunidade Santo Antônio, nas margens do Riacho dos Porcos, na zona rural de São José de Brejo do Cruz, na Paraíba.




MÁRIO SARAIVA COM 98 ANOS


                               E ficou imortalizado pelos versos da viola do menestrel Chico Mota (in memoriam) que, em cantoria-desafio, realizada no mercado público de São José de Brejo do Cruz com Antônio Silva, assim sentenciou: No serrote da Tropa, o cangaceiro do Rio Grande do Norte se encontrou com a morte. Seu Chico Lobo é um patrimônio histórico-cultural vivo do Nordeste brasileiro.   





SERROTE DA TROBA VISITADO


sábado, 26 de setembro de 2015

Banda 2001


Banda 2001 – Sucesso de Patu para o Nordeste.

Banda 2001 - 1971
 
                  No ano de 1971, o empresário Paulo Godeiro construiu a Boate Pântano, na cidade de Patu, no Sertão do Rio Grande do Norte.  O nome desta casa de diversão foi atribuído como referência ao soterramento do terreno alagadiço, cortado por um riacho que nasce na serra do Patu e corre sob uma ponte na Avenida Lauro Maia, onde se localiza a boate. A necessidade de manter um dispositivo musical para animar as festividades dançantes da casa fez com que o empresário idealizasse e formasse a Banda 2001.


Paulo Godeiro

Boate Pântano

                  Os equipamentos foram adquiridos do médico Hélio Cipriano de Souza da cidade de Alexandria, no médio-oeste potiguar, de onde era proveniente a maioria dos músicos. A formação inicial era liderada pelo experiente tecladista Zé Arnoud da Silva que chegou a manejar numa das primeiras vezes no nordeste brasileiro o sintetizador, um instrumento capaz de produzir efeitos sonoros através da manipulação direta de correntes elétricas. A formação era composta por Gerson na bateria, Eros Roberto da Silva no contrabaixo, João Eudes na guitarra-solo, Francisco de Assis na guitarra-base. Com exceção do baterista, todos os componentes eram vocalistas.

Cantor Zé Arnould/1973

 

Sintetizador

 
                  A banda inovou apresentando uma excelente sonoridade nos acordes possibilitada pela utilização de equipamentos importados que tornaram acessível a hodierna tecnologia japonesa e por apresentar límpidas vocalizações possibilitadas por microfones dotados de sistemas de eco e reveverber. A inspiração tropicalista na banda era percebida através das longas cabeleiras e cabelos black Power dos músicos e na presença de canções tropicalistas no repertório, ficando imortalizado nas mentes de seus admiradores um arranjo exclusivo que o conjunto musical apresentava da música expresso 2222, de Gilberto Gil, além do canto em falsete das canções do grupo Secos e Molhados. No final de 1971, o empresário resolveu expandir seus negócios e adquiriu do jornalista Tomislav Femenick a Boate Snob, no centro de Mossoró, a capital do oeste potiguar, transferindo também a sede da banda, agora com o nome de Super Som 2001, com formação liderada pelo talentoso músico Roberto Teixeira de lima, que mais tarde adotou o nome artístico de Roberto dos terríveis.
 

Jornalista Tomislav Femenick


Roberto dos Terríveis - 2013

 
                  Na capital do oeste, o conjunto musical Super Som 2001 rapidamente conquistou a hegemonia entre as bandas mossoroenses e projetou as boates Snob, em Mossoró e Pântano, em Patu no cenário estadual das melhores opções de diversão. A banda 2001 inovou também na indumentária de seus músicos que se apresentavam de jaquetas, de calças sociais e camisas de manga comprida. Nos bailes carnavalescos os músicos se portavam com seus tórax desnudos. A Banda era uma extensão da boate e nas suas apresentações levavam consigo as inovações dos interiores das boates como a luz negra, o globo espelhado e o jogo de luz estroboscópica.
 

Feixe de luz estroboscópica

                                     

Luz negra


                  Em 1972, a banda migrou para a cidade de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo bahiano, onde permaneceu fazendo sucesso até 2005, quando se desintegrou e seus componentes seguiram carreira solo. Com talento e com a capacidade empresarial de seu idealizador, que soube unir experiência musical com a construção de lugares de diversão e lazer. A banda 2001 espalhou sucesso de Patu pelo nordeste brasileiro.  Sob incentivo do Movimento Patu 2001, no ano de 2011, no palco da Boate Pântano, o músico Claudio Saraiva e o cantor Raimundinho Braz desenvolveram o projeto experimental de formação da Banda 2001 cover.


Santo Antônio de Jesus/BA

 

Banda 2001 Cover/2011

 

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Patrimônio Histórico

Dr. Epitácio Andrade e o Patrimônio Histórico de Belém de Brejo do Cruz/PB
Epitácio Andrade no sobrado
Fazenda Dois Riachos
Igreja Santa Tereza

                       “Amigo Epitácio, esse curto texto, original, tem uma lógica que une a importante necessidade de resgate e preservação histórica e cultural com a construção da memória coletiva, primordial a uma sociedade desenvolvida, harmoniosa e de qualidade. Espero ainda lhe ser útil. Mais do que o simples resgate de nosso patrimônio arquitetônico e histórico, o ineditismo dessas fotos abre possibilidades didáticas de reencontro com nossa memória comunitária, que pode trazer ganhos significativos à educação cultural e dos processos socializadores fundamentais na formação e qualidade de vida da comunidade. O simples achado de uma foto de um equipamento público já desaparecido e que teve um papel central no desenvolvimento de nossa cidade e no cotidiano de nossas raízes familiares, quando trabalhado dentro de um contexto de ativismo cultural e didático, reveste-se na atualidade de grande importância para a constituição das nossas subjetividades e construção da memória coletiva. Falar em memória coletiva é falar de identidade social, afinal somos seres históricos. É o acumulo de referências de outras épocas que formam a estrutura da sociedade em que estamos inseridos. E é na consistência e riqueza das estruturas sociais que repousam os elementos subjetivos e concretos de imunidade do corpo social aos muitos problemas que afligem o mundo contemporâneo. Tais como, dissolução das famílias, drogas, violência, doenças e transtornos mentais diversos, etc. Nos últimos tempos, com o avanço tecnológico, a crise de paradigmas das ciências, o encurtamento das distâncias entre os países e culturas, temos buscado cada vez mais referências que nos ajudem a reconstruir o caminho que nos trouxe até aqui. Na atualidade tudo muda o tempo todo. O que é hoje amanhã não é mais. É desse processo de consciência da transitoriedade da sociedade que tomamos consciência da nossa efemeridade enquanto sujeitos históricos e então adquirimos a noção de continuidade e perpetuação. É daí que provém a necessidade da preservação do patrimônio histórico e cultural e de políticas que contemplem essa necessidade”.

Caicó/RN, 14 de setembro de 2015.

Jonas Araújo Medeiros, sociólogo.
Joanas Medeiros na caatinga


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

SANTA TEREZA

Jesuíno Brilhante na Fazenda Santa Tereza

IGREJA DA SANTA TEREZA

                 No dia 07 de setembro de 2015, o advogado criminalista Bartolomeu Linhares, radicado na cidade de Caicó, no Seridó potiguar presenteou o cangaceirólogo Epitácio de Andrade Filho com o artigo Memórias do Dr. Antônio Gervásio Alves Saraiva, de autoria do genealogista e historiador cearense Francisco Saraiva Fernandes Câmara, conhecido como Fernando Câmara. 
EPITÁCIO ANDRADE


DR. BARTOLOMEU LINHARES


FERNANDO CÂMARA

                 O artigo é um ensaio historiográfico sobre a memória da família Saraiva Leão, apresentado pelo orador-autor numa convenção familiar, ocorrida no dia 12 de abril de 1942, no Rio de Janeiro, na época, capital federal do Brasil. E se encontra publicado no número 98, nas páginas 17 a 27, editado em 1984, em Fortaleza, na revista do Instituto Histórico do Ceará. O bacharel em ciências jurídicas pela Universidade federal de Pernambuco Antônio Gervásio Alves Saraiva, nascido na fazenda Santa Tereza, distante 15 km da sede urbana do município de Belém de Brejo do Cruz, no alto Sertão paraibano foi contemporâneo do cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante (1844-79).  E deixou registrada em seus manuscritos a fatídica passagem do mais afamado cangaceiro do século XIX pelas terras da Santa Tereza, inserindo definitivamente o município paraibano de Belém de Brejo do Cruz no mapa do cangaço de Jesuíno Brilhante.


                 A Fazenda Santa Tereza se localiza em fronte a serra de Brejo do Cruz e margeia os alcantis das serras do Patu, de João do Vale e serra negra, no Rio Grande do Norte. Cortada ao meio pelo Riacho dos Porcos, oriundo a montante a oito léguas do Catolé do Rocha, sendo represado pelo açude da Santa Tereza, construção arquitetônica secular que contou com a participação decisiva de mão-de-obra escrava. Na época, chegou a ser o maior açude do Nordeste brasileiro.

SERRA NEGRA DO NORTE


SERRA DE JOÃO DO VALE


SERRA DO PATU


SERRA DE BREJO DO CRUZ


                 Em 1880, o açude da Santa Tereza não resistiu a uma invernada vindo a se romper, agravando as condições de vida e sobrevivência no Sertão, contribuindo, inclusive para, mais adiante, determinar a eclosão de uma epidemia de tuberculose. Em 1865, a casa grande da Fazenda Santa Tereza era caiada, uma raridade para a época. . A fama de opulência da Santa Tereza despertou a cobiça do chefe de bando Jesuíno Brilhante que enviou o seu cabra Pajeú. Numa tarde Pajeú bateu na casa do capitão Álvaro de Assis, um amigo da família Saraiva Leão, para dizer que era plano assentado do bando o assalto a Santa Tereza. Jesuíno já havia estado na casa do major João batista da Costa Coelho (Pai Joãozinho) para recorrer bolsa, mas não tinha logrado êxito. Jesuíno fazia ponto na comunidade de São José, onde tinha dois coiteiros: Um tal Chaves e  Elias Cardoso. Confinantes à Santa Tereza tinham comunidades que ora estavam aliadas a Jesuíno, ora estavam aliadas ao grupo adversário dos Limões, como era o caso da comunidade Dois Riachos, pertencente a família Lobo. Neste cenário de conflito, estavam os Saldanhas do mulungu; os Maias em Catolé do Rocha.O declínio socioeconômico da Santa Tereza e o sofrimento da população vitimada pela tuberculose motivaram a vinda do padre Ibiapina (1806-1883) que coordenou a construção da Igreja e do cemitério, além de ter proposto a mudança do nome da comunidade de cachoeira para Santa Tereza, que pode ter sido para homenagear a matriarca conhecida como Teté ou para homenagear a própria genitora do missionário. 

PADRE IBIAPINA

                 Finalmente, narra o jurista que acompanhou juntamente com o vaqueiro João Raimundo o sargento comandante de uma tropa destacada na cidade de Imperatriz (hoje Martins, no Rio Grande do Norte) que vinha no encalço dos cangaceiros até um pedregulho existente na estrada entre São José e Santa Tereza, na comunidade de Santo Antônio, onde o sargento Preto Limão armou a emboscada fatal que pôs fim ao cangaço de Jesuíno Brilhante. Este lugar foi denominado pelo senhor Mário Waldemar Saraiva Leão, fundador da cidade de São José de Brejo do Cruz, como o Serrote da Tropa. 



SERROTE DA TROPA